Bignoniaceae

Jacaranda copaia (Aubl.) D.Don

Como citar:

Eduardo Amorim; Eduardo Fernandez. 2021. Jacaranda copaia (Bignoniaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

NT

EOO:

4.827.865,644 Km2

AOO:

976,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

A espécie não é endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020). No Brasil, apresenta distribuição no estado do Acre, nos municípios Brasiléia, Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter, Rio Branco, Sena Madureira, Senador Guiomard, Xapuri; no estado do Amapá, nos municípios Almeirim, Ferreira Gomes , Macapá, Mazagão, Oiapoque e Porto Grande; no estado do Amazonas, nos municípios Alvarães, Atalaia do Norte, Autazes, Benjamin Constant, Boca do Acre, Coari, Jutaí, Manacapurú, Manaquiri, Manaus, Maraã, Novo Airão, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, São Gabriel da Cachoeira e Tefé; no estado do Maranhão, nos municípios Carutapera, Centro Novo do Maranhão, Governador Nunes Freire, Monção, Nova Olinda do Maranhão, São Luís e Turiaçu; no estado do Mato Grosso, nos municípios Aripuanã, Canarana, Chapada dos Guimarães, Colíder, Comodoro, Cuiabá, Gaúcha do Norte, Guarantã do Norte, Itaúba, Machadinho D'oeste, Nobres, Nova Canaã do Norte, Nova Ubiratã, Novo Mundo, Ribeirão Cascalheira, Santa Carmem, São Felix do Araguaia, São José do Xingu, Vila Bela da Santíssima Trindade e Vila Rica; no estado do Pará, nos municípios Almeirim, Anajás, Ananindeua, Belém, Belterra, Benevides , Bragança, Breu Branco, Cachoeira do Piriá, Marabá, Moju, Novo Repartimento, Oriximiná, Paragominas, Parauapebas, Redenção, Rurópolis, Santa Bárbara do Pará, Santa Izabel do Pará, Santarém, São Félix do Xingu, São João do Araguaia, Tucuruí e Vitória do Xingu; no estado de Rondônia, nos municípios Alto Alegre dos Parecis, Candeias do Jamari, Chupinguaia, Colorado do Oeste, Costa Marques, Cujubim, Itapuã do Oeste, Nova Mamoré, Parecis, Pimenta Bueno, Porto Velho, Primavera de Rondônia, São Miguel do Guaporé e Theobroma; no estado de Roraima, nos municípios Amajari, Boa Vista, Caracaraí, Iracema, Mucajaí, Pacaraima e Rorainópolis; e no estado do Tocantins, no município Palmas.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2021
Avaliador: Eduardo Amorim
Revisor: Eduardo Fernandez
Categoria: NT
Justificativa:

Árvore com até 30 m de altura, não endêmica do Brasil (REMADE, 2020). Ocorre na Amazônia, em Floresta de Terra Firme e Floresta Ombrófila (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020). Possui registros de coleta em diversos municípios dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins (Gentry & Morawetz, 1992). A madeira de Jacaranda copaia é utilizada sem suma, para construção de interiores leves e marcenaria (Tropical Plants Database, 2020). A espécie apresenta EOO=3926137km² km² e AOO=960 km². Nas últimas quatro décadas, o Brasil tem aumentado a sua produção e a produtividade agrícola de larga escala, com destaque para as commodities, cujas exportações cresceram consideravelmente nas últimas décadas (Gasques et al., 2012, Martorano et al., 2016, Joly et al., 2019). As estimativas realizadas para os próximos dez anos são de que a área total plantada com lavouras deve passar de 75,0 milhões de hectares em 2017/18 para 85,0 milhões em 2027/28 (MAPA, 2019). A espécie possui registros em Unidades de Conservação de Uso Sustentável e de Proteção Integral. As ameaças vigentes na Amazônia, assim como os diversos habitats fragmentados no domínio, podem vir a causar declínio em EOO, AOO e qualidade/extensão do habitat no futuro, levando a espécie a uma categoria de ameaça, dependendo da redução verificada. Assim, a espécie foi avaliada como Quase Ameaçada de extinção (NT), devendo ser incentivadas ações de pesquisa e conservação. Sugere-se ações de pesquisa (tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza no futuro. A espécie ocorre em territórios que poderão ser contemplados por Planos de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território PAMATO - 1 (PA), Território Cerrado Tocantins - 12 (TO), Território Vitória do Xingu - 2 (PA).

Último avistamento: 2018
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Edinburgh Philos. J. 9, 267, 1823. É reconhecida por apresentar ramos subcilíndricos/tetragonais ou quase; lenticelas presentes. Folha pinadas, margem inteira; glabra. Inflorescência em posição terminal. Flor roxa, anteras glabras monotecas; ovários ovados/achatados; disco nectarífero anular. Fruto: cápsula loculicida lenhosa. Sementes achatadas finas/membranáceas; ala hialina (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020). Popularmente conhecida como para-para (Lúcia G. Lohmann, comunicação pessoal, 2020). As informações da espécie foram validadas pela especialista através do questionário (Lúcia G. Lohmann, comunicação pessoal, 2020).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: Jacaranda copaia apresenta importância no uso silvicultural, por ser uma espécie de madeira utilizada e crescimento rápido (Paumgartten et al,. 2018). A madeira é indicada para caixotaria leve, miolo de portas e painéis, chapas aglomeradas e compensados, acabamento interno de construção civil, estrutura de móveis estofados, palitos e caixas de fósforo, molduras em geral (REMADE, 2020).

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: A frequência dos indivíduos na população global pode ser considerada como ocasional (Lúcia G. Lohmann, comunicação pessoal, 2020).

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Biomas: Amazônia
Vegetação: Floresta de Terra-Firme, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Árvore com até 30 m de altura (REMADE, 2020). Ocorre na AMAZÔNIA, em Floresta de Terra Firme e Floresta Ombrófila (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020).
Referências:
  1. REMADE, 2020. Para-Pará. Espécies madeiras Bras. e exóticas. URL http://www.remade.com.br/madeiras-exoticas/218/madeiras-brasileiras-e-exoticas/para-para (acesso em 09 de julho de 2020).
  2. Flora do Brasil 2020 em construção, 2020. Jacaranda. Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB114117 (acesso em 25 de junho de 2020)

Ameaças (8):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat past,present,future local very high
O crescimento urbano de Manaus foi o maior da região Norte, sendo considerada hoje o 12º maior centro urbano do país, e uma metrópole regional, com 1.644.690 habitantes. Nos últimos dez anos, Manaus, foi dentre os municípios mais populosos do Brasil, o que apresentou a maior taxa média geométrica de crescimento anual (Nogueira et al., 2007).
Referências:
  1. Nogueira, A.C.F., Sanson, F., Pessoa, K., 2007. A expansão urbana e demográfica da cidade de Manaus e seus impactos ambientais, in: Anais Do XIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto. INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Florianópolis, pp. 5427–5434.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1.2 Small-holder farming habitat past,present,future local high
O município Manaquiri (AM) possui 69,03% da sua população concentrada nas zonas rurais (15.739 mil pessoas). A atividade econômica do município concentra-se na agricultura familiar. A produção agrícola é alta e consegue abastecer o município e até outros municípios próximos (Louzada, 2014).
Referências:
  1. Louzada, C. de O., 2014. As grandes obras para a reabertura da BR-319 e seus impactos nas localidades ribeirinhas do rio solimões: bela vista e manaquiri, no amazonas. Universidade Federal do Amazonas. Dissertação de Mestrado. Manaus.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1.3 Agro-industry farming habitat past,present,future national very high
Nas últimas quatro décadas, o Brasil tem aumentado a sua produção e a produtividade agrícola de larga escala, com destaque para as commodities, cujas exportações cresceram consideravelmente nas últimas décadas (Gasques et al., 2012, Martorano et al., 2016, Joly et al., 2019). As estimativas realizadas para os próximos dez anos são de que a área total plantada com lavouras deve passar de 75,0 milhões de hectares em 2017/18 para 85,0 milhões em 2027/28 (MAPA, 2019). A Amazônia brasileira, com 330 milhões de hectares, possuía, em 2014, 4.337.700 ha (1,3%) de sua extensão convertidos em áreas agrícolas (TerraClass, 2020). Outra estimativa realizada em 2018, registrou 5.488.480 ha (1,6%) (MapBiomas, 2020) da Amazônia brasileira convertidos em áreas agrícolas. Em 2019, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas na região Norte foi estimada em ca. 9.807.396 kg (IBGE, 2020). Apenas em abril de 2020, foram produzidos ca. 10.492.007 kg desses produtos agrícolas, o que representou um incremento de 7% em relação à produção anual do ano anterior (IBGE, 2020). A produção de soja é uma das principais forças econômicas que impulsionam a expansão da fronteira agrícola na Amazônia brasileira (Fearnside, 2001, Simon e Garagorry, 2005, Nepstad et al., 2006, Vera-Diaz et al., 2008, Domingues e Bermann, 2012, Charity et al., 2016). Segundo o IBGE (2020), na região Norte, em 2019, a produtividade da soja na região Norte foi de ca. 5.703.702 kg, enquanto em abril de 2020, já foram produzidos ca. 6.213.441 kg, representando um incremento de 8.9% em relação à produção anual do ano anterior (IBGE, 2020). Em abril de 2020, a cultura de soja foi responsável por 59,2% de toda produtividade agrícola na região Norte, seguida pelo milho, com 30,1% (IBGE, 2020). A soja é mais prejudicial do que outras culturas, porque estimula projetos de infraestrutura de transporte de grande escala que levam à destruição de habitats naturais em vastas áreas, além daquelas já diretamente utilizadas para cultivo (Fearnside, 2001, Simon e Garagorry, 2005, Nepstad et al., 2006, Vera-Diaz et al., 2008, Domingues e Bermann, 2012).
Referências:
  1. Charity, S., Dudley, N., Oliveira, D., Stolton, S., 2016. Living Amazon Report 2016: A regional approach to conservation in the Amazon. WWF Living Amazon Initiative, Brasília and Quito.
  2. Fearnside, P.M., 2001. Soybean cultivation as a threat to the environment in Brazil. Environ. Conserv. 28, 23–38. URL https://doi.org/10.1017/S0376892901000030
  3. Vera-Diaz, M. del C., Kaufmann, R.K., Nepstad, D.C., Schlesinger, P., 2008. An interdisciplinary model of soybean yield in the Amazon Basin: The climatic, edaphic, and economic determinants. Ecol. Econ. 65, 420–431. URL https://doi.org/10.1016/j.ecolecon.2007.07.015
  4. Gasques, J.G., Bastos, E.T., Valdes, C., Bacchi, M.R.P., 2012. Total factor productivity in Brazilian Agriculture, in: Fuglie, K.O., Wang, S.L., Ball, V.E. (Eds.), Productivity Growth in Agriculture: An International Perspective. CABI, Oxfordshire, pp 145-161.
  5. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica, 2020. Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. URL www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/agricultura-e-pecuaria/9201-levantamento-sistematico-da-producao-agricola.html
  6. Joly, C.A., Scarano, F.R., Seixas, C.S., Metzger, J.P., Ometto, J.P., Bustamante, M.M.C., Padgurschi, M.C.G., Pires, A.P.F., Castro, P.F.D., Gadda, T., Toledo, P., Padgurschi, M.C.G., 2019. 1º Diagnóstico Brasileiro de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos. BPBES - Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossitêmicos. Editora Cubo, São Carlos. URL https://doi.org/10.4322/978-85-60064-88-5
  7. MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2019. Projeções do Agronegócio: Brasil 2018/19 a 2028/29, projeções de longo prazo. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Política Agrícola, Brasília. URL http://www.sapc.embrapa.br/arquivos/consorcio/informe_estatistico/Projecao_do_Agronegocio_2018_2019_a_2028_29.pdf
  8. MapBiomas, 2020. Plataforma MapBiomas v.4.1 - Base de Dados Cobertura e Uso do Solo. URL https://plataforma.mapbiomas.org/map#coverage (acesso em 03 de junho de 2020).
  9. Martorano, L., Siviero, M., Tourne, D., Fitzjarrald, D., Vettorazzi, C., Junior, S., Alberto, J., Yeared, G., Meyering, É., Sheila, L., Lisboa, S., 2016. Agriculture and forest: A sustainable strategy in the brazilian amazon. Austral. J. Crop Sci. 8, 1136–1143. URL https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/147006/1/martorano-10-8-2016-1136-1143.pdf
  10. Nepstad, D.C., Stickler, C.M., Almeida, O.T., 2006. Globalization of the Amazon Soy and Beef Industries: Opportunities for Conservation. Conserv. Biol. 20, 1595–1603. URL https://doi.org/10.1111/j.1523-1739.2006.00510.x
  11. Domingues, M.S., Bermann, C., 2012. O arco de desflorestamento na Amazônia: da pecuária à soja. Ambient. Soc. 15, 1–22. URL https://doi.org/10.1590/S1414-753X2012000200002
  12. Simon, M.F., Garagorry, F.L., 2005. The expansion of agriculture in the brazilian amazon. Environmental Conservation 32, 203–212. URL https://doi.org/10.1017/s0376892905002201
  13. TerraClass, 2020. Projeto TerraClass, Dados 2014. URL https://www.terraclass.gov.br (acesso em 05 de junho de 2020).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.2 Small-holder grazing, ranching or farming habitat past,present,future national very high
Apesar da pequena receita gerada em relação ao terceiro setor, a produção agropecuária tem papel importante para a subsistência das populações rurais e abastecimento dos mercados urbanos da região. A pecuária é desenvolvida em 70 a 75% dos estabelecimentos agropecuários de Caracaraí e Rorainópolis (ICMBio, 2014). No município de Presidente Figueiredo a pecuária encontra-se em desenvolvimento, com perspectivas de aumento futuro, particularmente a criação de bovinos. A área ocupada pela agropecuária situa-se ao longo das estradas BR-174, AM240, onde estão implantadas diversas fazendas e com uma predominância de pastagens, e ao longo das vicinais, onde se pratica predominantemente atividades agrícolas (ICMBio, 1997).
Referências:
  1. ICMBio - Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2014. Plano de manejo do Parque Nacional do Viruá. MMA - Ministério do Meio Ambient. URL http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/docs-planos-de-manejo/parna_virua_pm_diag1.pdf
  2. Eletronorte - Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A., IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, 1997. Plano de Manejo da Reserva Biológica Uatumã. Plano Manejo Fase 1. URL http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/docs-planos-de-manejo/rebio_uatuma_pm.pdf (acesso em 12 de setembro de 2019).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.3 Agro-industry grazing, ranching or farming habitat past,present,future national very high
Em poucos municípios rondonienses a pecuária não se expandiu entre os anos de 2001 e 2006. Estes poucos municípios se localizam no sul do estado. Em grande parte do estado houve expansão do rebanho bovino, de maneira particularmente acelerada em uma faixa que se estende pelas microrregiões de Vilhena, Cacoal, Ji-Paraná, Ariquemes e Porto Velho, onde houve aumento superior a 50 cabeças/ km2 (Oliveira et al., 2008). No município de Oiapoque (AP), onde a espécie é encontrada, estudo mostrou que durante o período de 23 anos as maiores mudanças do uso da terra foram impulsionadas pela pecuária e a agricultura, forças indutoras do desmatamento mais comuns encontradas em toda a Amazônia Legal (Gallardo, 2014). Em São Félix do Xingu, ocorreram diversas intervenções para alteração de modelos de produção alternativos, com sistemas de produção diversificados e princípios agroecológicos (Schmink et al., 2017). Segundo os autores, essa transição mostrou-se falha devido à falta de apoio governamental, tornando ainda presente as práticas de monoculturas de pequenos agricultores e a criação de gado.
Referências:
  1. Oliveira, S.J. de M., Abreu, U.G.P. de, Valentim, J.F., Barioni, L.G., Salman, A.K.D., 2009. Pecuária e desmatamento: mudanças no uso do solo em Rondônia, in: SOBER (Ed.), 47° Congresso Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural. Porto Alegre, p. 13.
  2. Gallardo, J.V.G., 2014. Análise espacial e econômica do desmatamento para subsidiar estratégias de REDD+ no Amapá, Amazônia. Fundação Universidade Federal do Amapá.
  3. Schmink, M., Hoelle, J., Gomes, C.V.A., Thaler, G.M., 2019. From contested to ‘green’ frontiers in the Amazon? A long-term analysis of São Félix do Xingu, Brazil. J. Peasant Stud. 46, 377–399. https://doi.org/10.1080/03066150.2017.1381841
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 3.2 Mining & quarrying habitat past,present,future national very high
O município de Paraopebas está assentado na Serra dos Carajás, maior província mineral do país, historicamente sofre grandes impactos sociais e ambientais da atividade (Pacheco e Palheta da Silva, 2013, Trindade et al., 2014). O município de São Gabriel da Cachoeira contém reservas importantíssimas de minério (nióbio, manganês e fosfato) que estão sendo visadas para exploração, já possui rodovias dentro dos seus limites (Perimetral Norte e a Rodovia São Gabriel-Cucuí parcialmente construída), instalações militares, seis reservas indígenas, incluindo uma missão salesiana e está sofrendo invasões muito sérias por parte de garimpeiros (especialmente ao longo Rio Cauaburí) (Rylands e Pinto, 1998). No município Presidente Figueiredo encontra-se uma importante jazida mineral de cassiterita localizada na sub-bacia do rio Pitinga. Considerada a maior jazida de cassiterita do mundo é explorada desde 1981 pela Mineração Taboca, do Grupo Paranapanema, de onde provém a maior parte da arrecadação de tributos do município. Esta mineração possui uma área de concessão de 122000 ha, dos quais 5 a 6% são explorados com lavra ou infra-estrutura, em 1995 está área era de aproximadamente 7728 ha, não considerando o reservatório da UHE Pitinga (ICMBio, 1997).
Referências:
  1. Pacheco, N.C., Palheta da Silva, J.M., 2013. Uso do Território e Impactos Socioambientais da Atividade Minero-Metalúrgica nas cidades de Parauapebas e Juruti, no estado do Pará, in: Resumos Do XXIV Seminário de Iniciação Científica Da UFPA.
  2. Trindade, J., Martins, C., Santos, R. dos, Oliveira, W., 2012. O Ciclo da Mineração e a Urgência de Políticas de Desenvolvimento Local: o caso do Município de Parauapebas no Pará, in: II Colóquio Soc. Políticas Públicas, Cult. e Desenvolvimento-CEURCA 603–618.
  3. Rylands, A.B., Pinto, L.P.D.S., 1998. Conservação da Biodiversidade na Amazônia Brasileira?: uma Análise do Sistema, Cadernos FBDS. Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável, Rio de Janeiro.
  4. Eletronorte - Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A., IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, 1997. Plano de Manejo da Reserva Biológica Uatumã. Plano Manejo Fase 1. URL http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/docs-planos-de-manejo/rebio_uatuma_pm.pdf (acesso em 12 de setembro de 2019).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3.5 Motivation Unknown/Unrecorded habitat past,present,future national very high
A Ilha do Mosqueiro contribui com 41% do total da área do município de Belém, apresenta uma paisagem muito heterogênea em termos do tipo de ocupação e atividades econômicas desenvolvidas. Um estudo da dinâmica da paisagem indica que no período de 1990 e 1995 houve uma mudança observada de 53% da cobertura vegetal natural da área de estudo, com uma perda média de área florestal de 1 km²/ano durante o período, causada por como cultivos perenes, pastagens e desenvilmento urbano (Venturieri et al., 1998). Caracaraí, com 127,04 km2, é o segundo município de Roraima com os maiores incrementos de desmatamento (PRODES/ INPE, 2018). Os municípios de Novo Repartimento (PA), Candeias do Jamari (RO), Cujubim (RO), Nova Mamoré (RO) e Porto Velho (RO) possuem, respectivamente, 4% (64590ha), 4% (25449ha), 8% (30018ha), 6% (63356ha) e 4% (132447ha) em desmatamento acumulado em seus territórios (Lapig, 2020).
Referências:
  1. Venturieri, Ad., Watrin, O.S., Rocha, A.M.Á., Silva, B.N.R., 1998. Avaliação da Dinâmica da Paisagem da Ilha do Mosqueiro, Município de Belém, Pará, in: In: Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, 9, 1009, Santos. pp. 247–256.
  2. PRODES, 2018. Desmatamento nos Municípios da Amazônia Legal para o ano de 2018. INPE - Inst. Nac. Pesqui. Espac. URL http://www.dpi.inpe.br/prodesdigital/prodesmunicipal.php (acesso em 03 de julho de 2018).
  3. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2020. Novo Repartimento (PA). URL https://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html (acesso em 20 de março de 2020).
  4. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2020. Candeias do Jamari (RO). URL https://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html (acesso em 20 de março de 2020).
  5. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2020 Cujubim (RO). URL https://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html (acesso em 20 de março de 2020).
  6. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2020. Nova Mamoré (RO). URL https://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html (acesso em 20 de março de 2020).
  7. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2020. Porto Velho (RO). URL https://maps.lapig.iesa.ufg.br/lapig.html (acesso em 20 de março de 2020).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1.1 Increase in fire frequency/intensity habitat,mature individuals past,present national high
Silva-Junior et al. (2018) mostraram que a suscetibilidade da paisagem aos incêndios florestais aumenta no início do processo de desmatamento. Em geral, seus resultados reforçam a necessidade de garantir baixos níveis de fragmentação na Amazônia brasileira, a fim de evitar a degradação de suas florestas pelo fogo e as emissões de carbono relacionadas. A redução do passivo florestal decorrente da última modificação do Código Florestal aumenta a probabilidade de ocorrência de degradação florestal pelo fogo, uma vez que permite a existência de áreas com menos de 80% de cobertura florestal, contribuindo para a manutenção de altos níveis de fragmentação. Os mesmo autores prevêem que a degradação florestal por fogo continuará a aumentar na região, especialmente à luz do relaxamento da lei ambiental mencionada e seus efeitos sinérgicos com mudanças climáticas em curso. Tudo isso pode afetar os esforços para reduzir as emissões do desmatamento e da degradação florestal (REDD). Esses autores indicam que ações para prevenir e gerenciar incêndios florestais são necessárias, principalmente para as propriedades onde existem passivos florestais que são compensados em outras regiões.
Referências:
  1. Silva Junior, C., Aragão, L., Fonseca, M., Almeida, C., Vedovato, L., Anderson, L., 2018. Deforestation-Induced Fragmentation Increases Forest Fire Occurrence in Central Brazilian Amazonia. Forests 9, 305. URL https://doi.org/10.3390/f9060305

Ações de conservação (3):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental -Baixo Rio Branco (US), Área de Proteção Ambiental da Chapada dos Guimarães (US), Área de Proteção Ambiental da Região Metropolitana de Belém (US), Área de Proteção Ambiental de Alter do Chão (US), Área de Proteção Ambiental de Presidente Figueiredo -Caverna do Moroaga (US), Área de Proteção Ambiental de São Geraldo do Araguaia (US), Área de Proteção Ambiental do Arquipélago do Marajó (US), Área de Proteção Ambiental Igarapé São Francisco (US), Área de Proteção Ambiental Margem Esquerda do Rio Negro-Setor Aturiá-Apuauzinho (US), Área de Proteção Ambiental Serra da Ibiapaba (US), Área de Proteção Ambiental Serra do Lajeado (US), Área de Proteção Ambiental Taruma/Ponta Negra (US), Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu (US), Área de Relevante Interesse Ecológica Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (US), Área de Relevante Interesse Ecológica Seringal Nova Esperança (US), Área de Relevante Interesse Ecológico Japiim Pentecoste (US), Estação Ecológica de Maracá (PI), Estação Ecológica do Grão Pará (PI), Floresta Nacional de Amapá (US), Floresta Nacional de Carajás (US), Floresta Nacional de Tapajós (US), Floresta Nacional do Jamari (US), Parque Estadual do Utinga (PI), Parque Estadual Rio Negro Setor Sul (PI), Parque Estadual Serra Ricardo Franco (PI), Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (PI), Parque Nacional da Serra do Divisor (PI), Parque Nacional do Pico da Neblina (PI), Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque (PI), Parque Nacional Viruá (PI), Reserva Biológica do Gurupi (PI), Reserva Biológica do Tapirapé (PI), Reserva de Desenvolvimento Sustentável Puranga Conquista (US), Reserva Extrativista Alto Juruá (US), Reserva Extrativista Baixo Rio Branco Jauaperi (US), Reserva Extrativista Chico Mendes (US), Reserva Extrativista Rio Cautário (US), Reserva Particular do Patrimônio Natural Cristalino I (US).
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre em Boca do Acre (AM), Aripuanã (MT), Gaúcha do Norte (MT), Nova Ubiratã (MT), Santa Carmem (MT), Marabá (PA), Moju (PA), Novo Repartimento (PA), Paragominas (PA), Portel (PA), São Félix do Xingu (PA), Candeias do Jamari (RO), Cujubim (RO), Nova Mamoré (RO), Pimenta Bueno (RO), Porto Velho (RO) e Mucajaí (RR), municípios da Amazônia Legal considerados prioritários para fiscalização, referidos no Decreto Federal 6.321/2007 (BRASIL, 2007) e atualizado em 2018 pela Portaria MMA nº 428/18 (MMA, 2018).
Referências:
  1. BRASIL, 2007. Decreto Federal nº 6.321, de 21 de dezembro de 2007. Diário Oficial da União, 21/12/2007, Edição Extra, Seção 1, p. 12. URL http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6321.htm (acesso em 03 de julho de 2020).
  2. MMA - Ministério do Meio Ambiente, 2018. Portaria MMA nº 428, de 19 de novembro de 2018. Diário Oficial da União, 20/11/2018, Edição 222, Seção 1, p. 74. URL http://http://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/50863140/do1-2018-11-20-portaria-n-428-de-19-de-novembro-de-2018-50863024 (acesso em 03 de julho de 2020).
Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em territórios que poderão ser contemplados por Planos de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território PAMATO - 1 (PA), Território Cerrado Tocantins - 12 (TO), Território Vitória do Xingu - 2 (PA).

Ações de conservação (5):

Uso Proveniência Recurso
3. Medicine - human and veterinary natural whole plant
A casca é catártica e emética. Uma infusão é usada no tratamento da disenteria. A casca é usada em um pó antissifilítico. Uma decocção das folhas é usada no tratamento de febres. Aplicada externamente, a folha é usada em gesso com sabão para tratar a leishmaniose. É usado em uma pomada para o tratamento de doenças de pele, como micose. O suco das folhas jovens é aquecido e aplicado em feridas persistentes. Um gargarejo das folhas é usado para tratar lesões sifilíticas da garganta. A raiz é diaforética (Tropical Plants Database, 2020).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2020. Jacaranda copaia. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Jacaranda+copaia (acesso em 09 de julho de 2020).
Uso Proveniência Recurso
5. Manufacturing chemicals natural leaf
As folhas e a madeira são queimadas para produzir fumaça, que age como repelente de insetos (Tropical Plants Database, 2020).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2020. Jacaranda copaia. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Jacaranda+copaia (acesso em 09 de julho de 2020).
Uso Proveniência Recurso
16. Other natural fruit
As válvulas de cápsula são usadas como uma ferramenta para moldar a cerâmica (Tropical Plants Database, 2020).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2020. Jacaranda copaia. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Jacaranda+copaia (acesso em 09 de julho de 2020).
Uso Proveniência Recurso
9. Construction/structural materials natural stalk
A madeira possui algumas das propriedades do pinheiro branco (Pinus strobus) e é adequada para construção de interiores leves, marcenaria, caixas, engradados, etc. É usada pela população local para adicionar flutuabilidade a jangadas feitas de madeira mais pesada (Tropical Plants Database, 2020). Por ser uma madeira de boa trabalhabilidade sendo fácil de serrar, aplainar, faquear, colar, parafusar e pregar ela também é procurada pela indústria silvicultural, despolpando a madeira para fabricação de de papel e caixotaria leve, miolo de portas e painéis, chapas aglomeradas e compensados, acabamento interno de construção civil, estrutura de móveis estofados, palitos e caixas de fósforo, molduras em geral (Tropical Plants Database, 2020; REMADE, 2020).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2020. Jacaranda copaia. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Jacaranda+copaia (acesso em 09 de julho de 2020).
  2. REMADE, 2020. Para-Pará. Espécies madeiras Bras. e exóticas. URL http://www.remade.com.br/madeiras-exoticas/218/madeiras-brasileiras-e-exoticas/para-para (acesso em 09 de julho de 2020).
Uso Proveniência Recurso
13. Pets/display animals, horticulture natural whole plant
A espécie apresenta potencial uso ornamental (Lúcia G. Lohmann, comunicação pessoal, 2020).